O jogo se tornou referência na utilização do recurso de realidade aumentada

Após o lançamento gradual em alguns países, começando por Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália, em agosto, o jogo para smartphones “Pokémon GO” foi oficialmente lançado no Brasil. Desenvolvido por meio da parceria entre a empresa Niantic Inc., a Nintendo e a The Pokémon Company, o aplicativo se encontra disponível nas plataformas Android e iOS e tem como pano de fundo a série animada de mesmo nome, em que criaturas fictícias são capturadas e treinadas por humanos para lutarem umas contra as outras.
Até a chegada do jogo no Brasil, quase um mês se passou desde o lançamento de “Pokémon GO”, em 6 de julho, nos Estados Unidos. A espera potencializou nos brasileiros a excitação que havia sido gerada desde o anúncio da Niantic Inc., empresa desenvolvedora do aplicativo, em setembro de 2015.

FOTO: Eduardo Woo
FOTO: Eduardo Woo

Como funciona o jogo?
Utilizando o recurso da realidade aumentada, o aplicativo convida seus jogadores a percorrerem o mundo real em busca dos Pokémons. “Pokémon GO’ usa informações reais de localização para permitir aos jogadores a experiência de capturar, negociar, e batalhar pokémons”, escreveu a desenvolvedora no vídeo-anúncio do jogo.
Tendo como base o posicionamento via GPS, além de encontrar as criaturas durante o trajeto, o “treinador” pode também visitar pokéstops: lugares marcados no mapa, geralmente em locais e construções históricas que funcionam como depósitos de suprimentos para o jogo, como pokébolas e poções; e ginásios, onde pode interagir com os outros jogadores, participando de batalhas.
Em São João del-Rei, por exemplo, o largo Tamandaré e o Coreto são algumas das pokéstops. Já a Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar e a estátua de Tiradentes na praça da avenida Tancredo Neves, no centro, são alguns dos ginásios da cidade.


O jogo na vida dos São-joanenses

O caráter interativo do game teve impacto direto na vida dos jogadores, promovendo o contato entre os moradores e a cidade. De acordo com o supervisor de vendas Fábio Rodrigues, o aplicativo fortaleceu a união da família. “[O jogo] fez com que eu e minha filha passássemos horas juntos correndo atrás dos pokémons”, conta. Fábio comenta também que o game acarretou uma onda de interação no município. “Faz anos que não vejo as praças cheias e pessoas interagindo, falando de uma mesma coisa”, conclui.
Para o estudante Michael Oliveira, o jogo auxilia também em atividades físicas e na exploração da própria cidade. “[O aplicativo] promove caminhadas, sendo assim, de uma forma ou outra, uma atividade saudável. Hoje, por exemplo, tenho motivos para ir em bairros que há muito não ia”, comenta.


Esquecemos de algum Pókestop ou Ginásio? Você também pode adicionar ao mapa!


O que é a realidade aumentada?

A realidade aumentada (RA) é um recurso tecnológico que permite a integração do mundo virtual ao mundo real. Para ser considerado uma extensão da realidade, o recurso deve ter a predominância de imagens e situações reais, podendo utilizar óculos ou lentes de câmeras para projetar as imagens virtuais.
O professor do curso de Ciência da Computação da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Diego Dias, explica que, ainda que esteja em destaque agora, a tecnologia já é usada há algum tempo. “O conceito de RA é algo que já vem sendo explorado desde a década de 1990, juntamente com a Realidade Virtual (RV). Portanto, a tecnologia empregada no jogo ‘Pokémon GO’ não é inovadora”, explica.
Ainda segundo Diego, apesar de a realidade aumentada não ser um recurso totalmente novo, o jogo “Pokémon GO” contribuiu para a popularização do conceito. Até a década passada, ele destaca, a tecnologia se restringia ao meio acadêmico, mas esse cenário deve se alterar em um futuro próximo. “Provavelmente, diversas empresas irão pegar carona na fama do aplicativo. Outras já tentaram aplicar RA no mercado, contudo, nenhuma atingiu algo tão impactante quanto o ‘Pokémon GO’”, conclui.

TEXTO/VAN: Lucas Almeida

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