“Tudo que é sólido desmancha no Bar”
Pelos trilhos de São João del – Rei, pegamos o trem da boemia e
paramos no bar mais frequentado da cidade, para nos encontrar com nosso
entrevistado.
paramos no bar mais frequentado da cidade, para nos encontrar com nosso
entrevistado.
Se colocar no mundo através da palavra é o que tem buscado Igor Alves,
pesquisador sobre espaços de enunciação da poesia contemporânea. Em uma mesa de
bar, entre goles de cerveja e os burburinhos de conversas alcoolizadas, o poeta
conta sobre sua trajetória por linguagens, palavras e poesia. Suas influências
e a relação com o que chama de “prática da noite”, temática do seu novo título
“Tudo que é sólido desmancha no bar” também foram assunto de nossa conversa.
pesquisador sobre espaços de enunciação da poesia contemporânea. Em uma mesa de
bar, entre goles de cerveja e os burburinhos de conversas alcoolizadas, o poeta
conta sobre sua trajetória por linguagens, palavras e poesia. Suas influências
e a relação com o que chama de “prática da noite”, temática do seu novo título
“Tudo que é sólido desmancha no bar” também foram assunto de nossa conversa.
Nascido em Lavras, ele conta que, desde pequeno, manifestava
interesse por poesia, leitura e escrita. Filho de professora de escola pública,
Igor deparava-se em casa e na escola com nomes como Vinícius de Moraes, Álvares
de Azevedo e Paulo Leminski. No primeiro ano do ensino médio, já tomava coragem
de recitar poemas para colegas de escola e declamava, às vezes acompanhado por
amigos que até hoje estão junto com ele, como o músico Lucas Batista. Ele fez
graduação em Letras, tendo entrado na Universidade Federal de São João del-Rei
com 17 anos.
interesse por poesia, leitura e escrita. Filho de professora de escola pública,
Igor deparava-se em casa e na escola com nomes como Vinícius de Moraes, Álvares
de Azevedo e Paulo Leminski. No primeiro ano do ensino médio, já tomava coragem
de recitar poemas para colegas de escola e declamava, às vezes acompanhado por
amigos que até hoje estão junto com ele, como o músico Lucas Batista. Ele fez
graduação em Letras, tendo entrado na Universidade Federal de São João del-Rei
com 17 anos.
A esta altura da conversa, Igor já estava revirando uns goles de whisky.
Sem deixar o copo de cerveja de lado, relembrava uns versos de Chacal: “Imagine
se um dia a música parasse de tocar e o começasse a ser consumida apenas
através da partitura. O mundo iria ficar mais triste.” Poeta e parceiro de
Igor, Chacal, desde a época da poesia marginal, busca resgatar a poesia
(principalmente a falada) em nossas vidas. O acinzentamento da sociedade, que
confundiu a escrita fria com a poesia, é o que incita Igor Alves a algumas de
suas práticas. Inspirado na trajetória de Chacal, ele tenta trazer a poesia de
volta à vida, semeando livros nos bares por onde passa e recitando versos aos
quatro ventos.
Sem deixar o copo de cerveja de lado, relembrava uns versos de Chacal: “Imagine
se um dia a música parasse de tocar e o começasse a ser consumida apenas
através da partitura. O mundo iria ficar mais triste.” Poeta e parceiro de
Igor, Chacal, desde a época da poesia marginal, busca resgatar a poesia
(principalmente a falada) em nossas vidas. O acinzentamento da sociedade, que
confundiu a escrita fria com a poesia, é o que incita Igor Alves a algumas de
suas práticas. Inspirado na trajetória de Chacal, ele tenta trazer a poesia de
volta à vida, semeando livros nos bares por onde passa e recitando versos aos
quatro ventos.
Respirar, tomar
uma cerveja e escrever um poema
uma cerveja e escrever um poema
“Escrever é a mesma coisa que respirar, trabalhar, estudar,
transar, tomar uma cerveja. É coisa séria. E inevitável”, afirma Igor ao
refletir sobre os afazeres poéticos. Suas produções já renderam dois livros, sendo
o primeiro “5.000 sentidos: Ontologia Poética”, lançado com um recital na
Orquestra Popular Livre, em 2011. Já o segundo livro, “Tudo
que é sólido desmancha no Bar”, foi lançado no
Inverno Cultural desse ano, evento em que o poeta também participou ministrando
uma palestra e um minicurso. Ambos os livretos foram feitos de forma
independente e podem ser encontrados para venda nesse mesmo bar em que nos
encontramos. Todas as edições feitas para o lançamento em julho já se
esgotaram. Sobre as editoras, Igor afirma não se preocupar com elas por ora, já
que “hoje em dia é muito fácil, você edita, imprime e vende”.
transar, tomar uma cerveja. É coisa séria. E inevitável”, afirma Igor ao
refletir sobre os afazeres poéticos. Suas produções já renderam dois livros, sendo
o primeiro “5.000 sentidos: Ontologia Poética”, lançado com um recital na
Orquestra Popular Livre, em 2011. Já o segundo livro, “Tudo
que é sólido desmancha no Bar”, foi lançado no
Inverno Cultural desse ano, evento em que o poeta também participou ministrando
uma palestra e um minicurso. Ambos os livretos foram feitos de forma
independente e podem ser encontrados para venda nesse mesmo bar em que nos
encontramos. Todas as edições feitas para o lançamento em julho já se
esgotaram. Sobre as editoras, Igor afirma não se preocupar com elas por ora, já
que “hoje em dia é muito fácil, você edita, imprime e vende”.
É tudo feito de maneira muito simples, e esta é a intenção, sem
aquela roupagem chique, como ele mesmo relata. Tirar a gala do poema é o
propósito. A poesia é paixão declarada à língua, e nada como democratizar esta
serenata linguística. Parafraseando Leminski, ele cita: “a poesia é a paixão da
linguagem e a linguagem da paixão”. Os bares influenciaram o título, pois,
conforme acredita Igor, neles a obra encontra seu fim: ser consumida, vulgo
democratizada.
aquela roupagem chique, como ele mesmo relata. Tirar a gala do poema é o
propósito. A poesia é paixão declarada à língua, e nada como democratizar esta
serenata linguística. Parafraseando Leminski, ele cita: “a poesia é a paixão da
linguagem e a linguagem da paixão”. Os bares influenciaram o título, pois,
conforme acredita Igor, neles a obra encontra seu fim: ser consumida, vulgo
democratizada.
Igor Alves admite: poesia não é “uma coisa que escolhi fazer. É
uma coisa que veio, como um vício”. Algumas de suas poesias podem ser
conferidas em:
uma coisa que veio, como um vício”. Algumas de suas poesias podem ser
conferidas em:
Vida
Curricular
Curricular
Ter
estudo
estudo
ter
extrato
extrato
ter
status
status
arrecadar
fundos
fundos
ajudar a
destruir o mundo
destruir o mundo
Assim como o
próximo
próximo
amar a si mesmo
esperar a morte
passar
passar
pra vida chegar
Ah sim
seja seja seja
o man
amem e comprem
amém!
Se produzir
reproduzir
reproduzir
em nome do
padrão
padrão
em nome do
patrão
patrão
nunca dizer não
O mercado te
espera
espera
mantenha as
cartas
cartas
marcadas
na manga
Você tem o
direito
direito
de ficar calado
qualquer
problema
problema
chame o advogado
Cruz Crédito
Outros:
vodka
montanha
roleta
( . . . )
a vida é russa
.
Hai Tec
LP CD DVD HD
cada vez mais
memória
memória
e menos pra
dizer
dizer
.
A cracolândia é
o mundo
o mundo
quem aos vícios
se nega
se nega
que acenda
a primeira pedra
VAN/Marlon de Paula e Mariana Chaves
Foto: Marlon de Paula
VAN/Marlon de Paula e Mariana Chaves
Foto: Marlon de Paula