Você viu? Queijo do Campo das Vertentes é premiado em concurso
Queijo produzido em Sítio da Conquista, em Tiradentes, destaca-se no Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal
O Sítio da Conquista, localizado no município de Tiradentes, possui o melhor queijo artesanal de Minas Gerais. O prêmio foi conquistado na 9ª edição do Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal; parte das atrações da feira Megaleite 2016. O evento ocorreu durante os dias 21 e 26 de junho, no Parque de Exposições da Gameleira, em Belo Horizonte.
A responsável pela produção do queijo vencedor Sabores do Sítio é Lúcia Maria Resende. A fabricação do queijo artesanal, feito com leite cru e maturado na temperatura ambiente por 21 dias em taboa de madeira, é familiar, realizada por Lúcia, juntamente com o filho e o marido.
É a segunda vez que o Sítio participa do concurso. A oportunidade surgiu quando os proprietários receberam a recomendação do técnico da Emater, Franklin Cordeiro Silva, para começar a produzir Queijo Minas Artesanal. Após aceitar a ideia, os produtores passaram por todo processo necessário para o registro da queijaria no IMA e por cursos de boas práticas de fabricação e produção.
Lúcia atua nesse ramo desde de 2012 e, com o tempo, adquiriu clientes fiéis, como a vendedora técnica Cátia Napolitano, que consome o queijo há aproximadamente três anos. Para ela, “o maior diferencial do Sabores do Sítio é o sabor leve e a cremosidade”. Para Cátia, o prêmio foi super merecido, pois a qualidade do queijo melhora consideravelmente a cada dia.
A premiação trouxe muito mais que o troféu e o certificado. Tornou o queijo de Lúcia reconhecido. Segundo a produtora, a vitória repercutiu muito nas vendas. “As pessoas querem comer o queijo premiado”, comenta. Hoje, na feira onde comercializa o seu produto, os queijos são vendidos rapidamente, o que fez com que a produtora adquirisse novos animais para atender a essa demanda.
Produção de queijos na Região das Vertentes
Essa é a primeira vez que um queijo da região do Campo das Vertentes vence o Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal. De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), a região conta com cerca de 400 produtores de queijos, sendo o Queijo Minas Frescal e a muçarela os mais produzidos.
O engenheiro agrônomo Odair José Gerônimo presta assistência técnica às queijarias do Campo das Vertentes por meio do seu trabalho na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). O profissional ressalta que a região é considerada o berço do queijo artesanal no estado e chama a atenção para aspectos do bioma local que influenciam o resultado da produção. “Esta região se caracteriza como de transição entre Mata Atlântica e Cerrado, pois, em grande parte dos municípios, são encontradas espécies características desses dois biomas, vegetando próximas entre si. Essa junção é super importante, pois influencia, de alguma forma, a qualidade do nosso produto”, destaca.
Desde 2008, esse modo artesanal tipicamente mineiro de produzir queijo é registrado como Patrimônio Cultural do Brasil, atestado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Como participar?
O concurso é organizado pela Emater-MG, juntamente com a Secretaria de Estado de Agricultura e a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando – promotora do evento.
Para concorrer, os participantes devem ser registrados no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), além de residir em uma das sete regiões características no estado de Minas: Serro, Canastra, Araxá, Campo das Vertentes, Cerrado, Triângulo Mineiro e Serra do Salitre.
Todos esses produtores são convidados a participar do concurso e a levar seus produtos para julgamento. Nas Vertentes, seis queijarias, de Lagoa Dourada, Coronel Xavier Chaves, São João del-Rei e Tiradentes, são registradas.
Nesta edição, 27 produtores se inscreveram. A seleção do queijo é feita por meio de avaliação com provas que buscam aquele que atenda a requisitos pré-definidos, como sabor, aroma, aparência e textura ideais.
Como premiação, o vencedor recebe um troféu e um certificado. Mas, para o engenheiro agrônomo, coordenador técnico regional de pecuária e do Queijo Minas Artesanal da Emater no Campo das Vertentes, Odair José Gerônimo, o maior prêmio é o reconhecimento. Para ele, além de enaltecer o trabalho de um ano inteiro, a premiação também gera um aumento na procura por queijos.
TEXTO/VAN: Graziela Silva e Scarlet Freitas