Pré-vestibulandos enfrentam dificuldades na escolha profissional
Segundo a psicanalista Paulina Viegas, esse período de transição vem acompanhado de uma enorme quantidade de informações, questionamentos, desejos, além do receio de uma escolha pautada apenas na preferência dos pais. De acordo com ela, vários jovens, por sofrerem muita cobrança por parte dos pais, ficam com “baixa auto-estima, ansiedade e medo de fazerem a escolha errada e terem que voltar atrás; ou mesmo, ficam preocupados com os investimentos dos pais até ali. Alguns ainda não têm maturidade para entender o que realmente querem.”
Entretanto, a família pode intervir favoravelmente, como explica Viegas: “Mediante as dúvidas, sugiro aos pais que conversem mais com eles, de forma a deixar livre a escolha profissional que cada um quer fazer, discutindo sobre o que será melhor para sua vida, levando-o ou pedindo que procure um profissional da área [pretendida] para ver as atribuições do trabalho e sanar suas dúvidas”. A psicanalista também dá dicas para aqueles que já escolheram seu curso, afirmando que “os que já estão estudando têm a oportunidade de associar a teoria à prática através do estágio e conhecer a prática profissional da carreira que querem seguir. Já aos que ficaram desiludidos com alguma escolha que [consideram] errada e precisam retomar o caminho da escolha profissional, não se preocupem, sempre é tempo de recomeçar e fazer novos projetos. O importante é fazer a escolha de acordo com seus desejos, aptidões, e ser feliz”, ressalta Paulina Viegas.
Aprovada em 1º lugar em Engenharia de Produção no Centro Universitário UNA de Belo Horizonte, Maria Eduarda de Moura Andrade Machado (17), estudante da cidade de São Tiago, faz planos para o futuro: “As minhas expectativas são, de agora em diante, me preparar para exercer uma profissão a qual sempre foi meu sonho. Estou indo em busca do meu ideal. A partir de agora, novos projetos, novas experiências… Com essa escolha, [espero poder] me realizar profissionalmente e contribuir para a sociedade”. A estudante afirma ainda que “essa conquista de ter passado no vestibular se deve ao ensino público, onde fiz toda a educação básica, não precisando fazer cursinhos preparatórios”.
Estudante de Morro do Ferro, Luís Henrique Azevedo (18) se decidiu pela carreira religiosa. Convicto, ele conta um pouco sobre sua escolha: “Pensei que meu sonho de criança havia morrido ao chegar à adolescência, [mas] ao conhecer a cidade de Aparecida, no estado de São Paulo, uma espiritualidade diferente me tomou e a vontade de pertencer a uma vida religiosa dentro da Igreja foi maior. Comecei então a participar de encontros vocacionais na Diocese de Oliveira e percebi que é isso que quero, tornar-me um sacerdote”, enfatiza Luís Henrique.
Bianca Natália Alves (18) é aluna de uma escola estadual de Morro do Ferro e foi aprovada em 1º lugar no processo seletivo da FEOL – Fundação Educacional de Oliveira, para o curso de Direito. Ao ser questionada se as possibilidades no mercado de trabalho influenciaram na sua decisão, ela afirma que “ sim, mas não foi o essencial. Dentre as profissões que mais me interessavam, fiz uma seleção e me identifiquei com o Direito. Estou muito feliz e realizada, pois a carreira me encanta. Eu me preparei desde o primeiro ano do Ensino Médio, pois participei do processo de avaliação seriada. Minha família e professores foram os que mais me influenciaram e apoiaram”, finaliza Bianca.
Daniela de Fátima Alves (17), são tiaguense, optou pelo ensino técnico com habilitação em Contabilidade concomitante ao Ensino Médio e vê a possibilidade de adiantar seu ingresso no mercado de trabalho e também de fazer um curso superior na mesma área posteriormente. “Além de ter interesse pela área das Ciências Contábeis, vi no curso a oportunidade de seguir o ensino técnico paralelo ao ensino regular. Com os cursos do Pronatec, oferecidos em nossa escola, temos o contato com o meio empresarial e aprendemos coisas que nos elevam não só como alunos ou profissionais, mas também como pessoas. Os cursos contam com excelentes profissionais e seguem um padrão de qualidade à altura da escola. Em um momento de escolhas como o que eu e meus colegas estamos vivenciando, temos, além do enriquecimento curricular, orientação profissional e motivação. Ao concluir a formação técnica, acredito que será uma oportunidade de trabalhar na minha área, exercitando meus conhecimentos e abrindo portas futuras que facilitem a minha consolidação no mercado de trabalho”, analisa a estudante.
VAN/ Marcus Santiago
Foto: Arquivo Pessoal