Museu da Loucura de Barbacena pode ser reaberto em março
Fechado para reformas desde junho de 2014, o Museu retornará a suas atividades contando com um acervo enriquecido
O Museu da Loucura, primeiro hospital psiquiátrico de Minas Gerais, localizado em Barbacena, que sofre reformas desde junho de 2014, pode ser reaberto no próximo mês. Em 19 anos de existência, essa é a segunda revitalização do acervo, por ação da Comissão de Restauração e assessoria da Superintendência de Museus e Artes Visuais (SUMAV) e da Secretaria de Estado de Cultura, para melhorar o aproveitamento da sua capacidade, além de restaurar e catalogar alguns objetos.
Parte do projeto “Memória Viva”, que busca resgatar a história da cidade e manter seus locais históricos, a fundação é mantida pela parceria da Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais) e da Fundac (Fundação Municipal de Cultura de Barbacena).
A moradora de Barbacena, Priscila Rodrigues de Oliveira, acredita no valor do museu para a mudança do futuro já que pensa na “importância de uma memória preservada da antiga psiquiatria que dão possibilidades a novos estudos para um tratamento digno às pessoas que realmente sofrem de algum problema psíquico”, conta. E ainda afirma torcer para que “a reabertura seja logo, já que o museu, em 2016, completa 20 anos”.
As obras, com auxílio do governo estadual e municipal, foram executadas em duas etapas. A primeira já foi entregue em 2014, quando o prédio foi restaurado, pois estava com problemas nas instalações físicas. Agora, a segunda consiste na revitalização da exposição permanente e do acervo, que conta com textos, fotografias, documentos, equipamentos, objetos e instrumentação cirúrgica, os quais relatam a história do tratamento ao portador de sofrimento mental.
A coordenadora do museu, Lucimar Pereira, menciona que “a reforma ainda não foi finalizada, porque falta adquirir mobiliário e equipamentos para que a exposição permanente comece a ser montada, visando à reabertura, onde será possível visitar um novo Museu da Loucura, enriquecido com muitos atrativos e novas informações”, afirma.
O museu temático adquire função social relevante. Mais do que apenas guardar e resgatar a memória histórica da psiquiatria em Minas Gerais e no Brasil, ele propõe reflexões, discussões e interatividades acerca da saúde mental aos visitantes. Cerca de 1.100 pessoas, mensalmente, passavam por lá e 131.156, por ano, registradas no livro de assinaturas.
O psicólogo de Montes Claros, Igor Souto, conheceu o Museu pela literatura sobre a perspectiva da saúde mental no país e junto com seus companheiros de profissão conheceu o local em uma visita técnica em novembro de 2013. “O museu guarda a história de uma parcela da sociedade negligenciada, abrindo discussões acerca da melhoria da saúde mental no Brasil, no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Centro de Atenção Psicossocial (CAPs). É uma provocação para possíveis mudanças na atuação de diversos profissionais, principalmente, envolvidos nessas estruturas”, explica sua motivação.
Conforme a coordenadoria do Museu da Loucura, após a volta do funcionamento, seu antigo horário de visitação será preservado: aberto diariamente, inclusive nos finais de semana e feriados, de 08:00 às 12:00 e 13:00 às 18:00.
TEXTO/VAN: GRAZIELA SILVA
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