Evento discute rompimento das barragens em Mariana
Mesa redonda discutiu vários aspectos da catástrofe para mostrar como o impacto vai além de Bento Rodrigues
Na última quinta-feira, 26, aconteceu, no campus Santo Antônio da UFSJ a mesa redonda “Somos Todos Atingidos”, evento que buscou levantar as diversas vertentes do rompimento das barragens no distrito de Bento Rodrigues em Mariana (MG). Foram convidados a discutir o assunto nove especialistas nas diversas áreas do conhecimento, desde comunicação social até engenharia de minas, para debater os reflexos em Mariana, no Rio Doce e também, no campo das Vertentes.
Participaram da mesa redonda Alexandre da Silva Barbosa, consultor em Geologia, Eder Jurandir, coordenador do núcleo de Investigação em Justiça Ambiental/ Sociologia, Filomena Bomfim, professora do curso de Comunicação Social, Maria Clara Santos do Centro de Estudos em Gestão Ambiental e Sustentabilidade / Direito – DECIS-UFSJ, Paulo Cesar Marcelino, consultor de Agrimensura e Geografia, Roberto Júnior, Geógrafo, Sálvio de Macedo Silva, coordenador do Centro de Estudos em Gestão Ambiental e Sustentabilidade / Vertentes Sustentáveis/ Administração, Iara Freitas Lopes, coordenadora do projeto Casa Verde e Luis Filipe Senna, formado em Engenharia de Minas.
O evento teve início com a discussão sobre a “banalização” do que é considerado sustentável e das falhas no processo de licenciatura das empresas. Também houve a explicação técnica do que é uma barragem de rejeitos como a que rompeu, o que é feito para aumentar sua vida útil e foi esclarecido que existem estudos geotécnicos para avaliar se é possível sua construção no local.
Houve a explanação de que é um assunto complexo que envolve riscos e benefícios e que só é segura quando respeita os critérios de construção e monitoramento – este deve ser feito uma vez por semana, no mínimo.
Também foi discutida a necessidade de assumir a real gravidade da catástrofe, que foi a maior tragédia ambiental brasileira. Foram expostas fotos que mostravam as consequências dos rejeitos nos rios, como refluxo e morte de milhares de peixes, e também a erosão do solo atingido. Outro aspecto importante foi a cobertura da mídia sobre o assunto, que muitas vezes, foi fraca e/ou tendenciosa.
O evento também abriu a discussão para a plateia presente, enriquecendo ainda mais o debate.
TEXTO/VAN: CÍCERA ROSA E ELAINE MACIEL
FOTOS: ELAINE MACIEL