São Geraldo recebe primeiro evento do projeto Assão–G Pela Paz
Ação comunitária foi realizada nos dias 29 e 30 de agosto
O bairro São Geraldo da cidade de São João del-Rei recebeu, nos dias 29 e 30 de agosto, o primeiro evento do projeto Assão-G Pela Paz. Idealizado pela própria população são- joanense, e, principalmente, pela família Hip Hop da cidade, a iniciativa teve apoio do projeto de extensão do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSJ, EPPA (Escritório de Práticas Projetuais Alternativas). Os participantes presenciaram um cortejo de abertura, oficinas, rodas de conversas e apresentações musicais.
A crescente violência que vem acontecendo na cidade foi um dos fatores citados pelo grafiteiro Pablo Vinicius, que ministrou uma das oficinas e também ajudou na organização do evento: “O projeto se iniciou a partir do momento que vimos que muitas mortes estavam acontecendo na comunidade, então juntamos todos estes fatores para fazermos algo em função da comunidade, algo na rua mesmo, com o objetivo de mostrar o que é cultura de rua”.
Para Ulisses Magalhães, coordenador geral do evento, a morte de jovens cada vez mais cedo é um dos alarmantes para toda comunidade “acordar” e buscar alternativas de mostrar o outro lado para esses adolescentes: “Nossa ideia é essa, focar nos adolescentes e mostrar que eles têm opinião própria. É também dizer que eles podem trilhar o próprio caminho, através dessas oficinas e de projetos como esse”.
O bairro São Geraldo foi o escolhido para ser o primeiro lugar para a realização do evento devido à situação passada, como disse Isabel Cristina, Vice Presidente da Associação de Moradores da Comunidade: “Existe essa imagem que o São Geraldo é um bairro violento, onde só acontecem coisas ruins. Esse evento veio para quebrar isso, e também mostrar que todos aqui são muito receptivos. Unidos podemos mudar esse histórico do bairro”.
O evento foi bem recebido pela população do bairro, como contou a moradora Elaine Azevedo, que ajudou na organização e ministrou uma das oficinas: “Tivemos bastante voluntários da comunidade, como o pessoal da cozinha que trabalhou no almoço, alguns professores das oficinas que aconteceram no salão. A gente procurou agregar o projeto diretamente com a população para que o beneficio fosse para ela mesma, porque foi através dos moradores que nós descobrimos os problemas que haviam aqui”.
A intenção dos organizadores do projeto é que a cada mês aconteça esse mesmo evento em um bairro diferente da cidade, como explica Pablo Vinicius: “A ideia é realizar esses eventos todo mês em alguma comunidade, para deixar sempre algo para ela, tipo um curso de dança ou de grafite, algo que vá permanecer”.
TEXTO/VAN: CLÁUDIA MARIA
FOTOS: JEDERSON LUCAS