Por Júlia Resende e Laura Brêtas

Foto: Reprodução/Adobe Stock

Índices extremamente baixos de umidade, problemas respiratórios relacionados ao calor intenso e à carência de água são alguns dos desafios constantes que os moradores da cidade de São João del-Rei, na região das Vertentes, têm enfrentado. Em diversos bairros da cidade, incluindo o Centro, a população tem manifestado insatisfação com a gestão do Departamento Autônomo Municipal de Água e Esgoto de São João del-Rei (DAMAE), especialmente em relação ao fornecimento de água.

Apesar de afetar a rotina de todos, o período de seca severa contribui para que o recurso não esteja disponível de forma abundante e, consequentemente, atrapalha o trabalho do DAMAE. No entanto, a insatisfação começa na falta de comunicação entre a sociedade e o órgão público, nos frequentes vazamentos de água corrente em ruas da cidade e no fato de que, em algumas residências, a escassez de água é frequente mesmo no período de chuva. 

Os residentes relatam que, além da carência de água para as necessidades básicas de higiene, enfrentam a ausência de água potável. Tentativas de contato com o DAMAE para obter explicações sobre a situação têm sido em vão, deixando a comunidade em uma situação de vulnerabilidade contínua. 

Entre os bairros mais afetados, está o Centro da cidade. O caso de dois moradores da Rua Paulo Freitas, no Centro, que sofrem com a falta de água desde julho, chama atenção: segundo eles, apesar de estarem sem abastecimento por mais de 3 meses, as tarifas de água não sofreram nenhuma redução.

Além disso, outros cidadãos indignados apontam que, enquanto uma grande parte do município luta contra a escassez de água, as ruas da cidade estão repletas de vazamentos. Já aqueles que ainda têm acesso ao abastecimento, queixam-se sobre a qualidade da água, que apresenta odor desagradável, cor amarronzada e a presença de partículas flutuantes.

Uma moradora do Centro relata que tem problemas com o abastecimento de água desde que se mudou para o local, há cerca de dois anos e meio. No entanto, ela diz que nas últimas semanas, com o período de seca, a falta de água é mais recorrente. “Costuma faltar água por alguns dias direto e quando volta é muito pouco e logo acaba”, afirma. A moradora também destaca que o DAMAE nunca prestou nenhum esclarecimento sobre tais problemas ou, ainda, sobre a limpeza e qualidade da água que chega nas residências, muitas vezes amarelada ou claramente suja. 

A acentuada falta de abastecimento desse recurso básico prejudica também moradores de repúblicas, espaço de moradias muito comuns em São João del-Rei. Para uma das moradoras de uma república localizada no bairro Tejuco, os problemas com a escassez de água na caixa começaram  no mês de agosto. Ela explica que estão economizando no banho, limpando a casa menos vezes e evitando lavar roupas com frequência, mas que às vezes não tem água nem para isso. Por fim, relata que o problema afeta a higiene pessoal, a limpeza da casa e o preparo de alimentos. 

A situação tem gerado um clima de frustração e descontentamento entre os habitantes de São João del-Rei, que aguardam medidas eficazes para resolver os problemas de fornecimento e garantir a qualidade da água consumida. A falta de respostas concretas e a continuidade das deficiências no serviço público intensificam a necessidade de uma intervenção urgente para mitigar as dificuldades enfrentadas pela população.