APAExonados: A saúde da pessoa com deficiência
por Ana Julia Barbosa e Rafaela Andrade
A APAE é a maior rede de apoio às Pessoas com Deficiência Intelectual ou Deficiência Múltipla no Brasil, e tem como objetivo promover a melhoria da qualidade de vida. A entidade busca assegurar-lhes o pleno exercício da cidadania, através da promoção de saúde, educação e desenvolvimento em todos âmbitos da vida.
Em São João del-Rei a instituição possui mais de 50 anos de atuação. Nesse período, a meta de manter o bem-estar integral das pessoas com deficiência tem sido cumprida. Um setor da APAE que gostaríamos de destacar nessa coluna é o da saúde. Este, hoje em dia, contém 18 profissionais que atendem gratuitamente 450 pessoas e possuem 903 usuários cadastrados.
Em conversa com a psicóloga e coordenadora do setor, Lidiane da Silva Moreira Leite, foi mencionada a existência de três formas de obter assistência na APAE. A primeira, chamada “porta aberta”, é quando um familiar percebe alguma questão e procura diretamente a instituição. A segunda é por encaminhamento de escolas e a última maneira é pelo encaminhamento médico. Apesar desses tipos de acesso ao serviço, a coordenadora ressalta ser mais fácil e eficiente uma procura inicial pelo PSF (Programa Saúde da Família) local, visto que os profissionais trabalham como uma grande rede e, por vezes, conseguem ajudar, instruir ou encaminhar o paciente de modo mais assertivo.
Atualmente, a APAE é dividida por faixas etárias para os atendimentos. Essa divisão tem o nome de “PIPA” (Programa de Intervenção Precoce Avançado), sendo que o PIPA-1 acompanha os neonatos até 4 anos e o PIPA-2 até os 7 anos. Por conta do grande número de cadastrados, a estrutura e quantidade de profissionais não são suficientes para atendimentos a pacientes maiores de 7 anos. Pensando nisso, a instituição está desenvolvendo projetos para suprir de alguma forma essa defasagem. Nesses dois grupos existem profissionais da fisioterapia, da fonoaudiologia, da psicologia e da terapia ocupacional que, juntos, fazem um planejamento individual para cada paciente.
A coordenadora Lidiane evidencia que, por conta do cenário limitado da instituição, infelizmente não conseguem auxiliar todos que solicitam. Por isso, a escolha de atender crianças de até 7 anos tem uma base de pesquisa, onde é de extrema importância a intervenção precoce. “Tudo é baseado em dados científicos, em estudos. A gente optou por dar o atendimento preferencialmente para esses primeiros anos de vida, para que, sendo trabalhados esses anos iniciais, o prognóstico e desenvolvimento da pessoa consiga acontecer da melhor maneira possível”, destaca.
Quando um jovem chega na instituição, com o responsável legal, primeiro é feita a triagem e cadastro pelas assistentes sociais. Essa etapa respeita a demanda dos profissionais e marca uma nova data para consultas. No segundo momento, a criança tem uma equipe estudando o seu caso para, assim, haver um tratamento individualizado. Essa equipe multidisciplinar tem como foco atender pessoas com deficiência física e/ou intelectual e autismo.
Além desses serviços, a APAE hoje tem um atendimento um pouco diferenciado em relação às consultas odontológicas. Nesses casos, a idade não é limitante e basta a pessoa com deficiência procurar diretamente a instituição para ser marcada uma consulta de avaliação.
SERVIÇO
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