Engrenagens do Ofício
Por Giulianna Andrade
Desde o início da manhã até o anoitecer do dia, as incessantes atividades moldam o cenário urbano e social em um meio que é guiado pelo trabalho. Tal meio no qual cada indivíduo se faz como um elo na corrente produtiva, formada pela sequência de produtos e serviços.
Tudo é regido pelo trabalho. Trabalho este, o qual na questão moral, liga a nossa relação social e a realidade material, que produz a existência de nós mesmos e que muitos, infelizmente, se perdem. Trabalho que, ainda há gente que faça o que ama, que admire as conquistas que o traz, que se doa, dia após dia, para que alcance uma mínima oportunidade frente ao sistema de capital. Trabalho que dignifica, mas que também exausta, cansa, fadiga e pesa.
Tudo passa pelas mãos da base de quem produz, de quem repassa os produtos, organiza o estoque, ensina o próximo, educa, repassa informações, salva uma vida, escuta pessoas… a essencialidade se faz por meio conjunto, nada se constrói só.
Aquilo que é fonte de sustento transforma-se em cobrança e cansaço, que aprisiona mentes e corações. A pressão por resultados, a competição desenfreada e as incertezas atravessam o sucesso das conquistas.
Perante a isso, é fácil esquecer o valor intrínseco do trabalho. Não apenas como meio de subsistência, mas como expressão própria. Esperamos um dia nos deparar com histórias sobre trabalhadores que se unem em prol de um bem maior, comunidades que se erguem sobre os alicerces da cooperação e do apoio mútuo. E que, apesar das problemáticas e desafios, é na luta diária que se encontra a essência da nossa humanidade.
Trabalhe para viver, mas não viva para trabalhar. Viva, sinta, conquiste e descanse.