APAExonados: A história da APAE de São João del-Rei
Por Ana Julia Barbosa e Lívia Fernandes
Essa nova coluna da VAN se propõe a informar e divulgar os trabalhos realizados pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE de São João del-Rei. Então, para iniciarmos, conheça um pouco do surgimento da instituição e como ela impacta a vida das pessoas com deficiências por meio de seus serviços.
A primeira APAE surgiu em 1954. Beatrice Bemis foi membro do corpo diplomático americano e mãe de uma criança portadora de Síndrome de Down. Quando chegou ao Brasil, não encontrou uma escola que pudesse matricular a filha, então, junto a outras famílias e com apoio da Sociedade Pestalozzi do Brasil, começou a funcionar a primeira escola de APAEs para crianças com deficiência.
A demanda por esse tipo de instituição era grande e, rapidamente várias APAEs foram criadas. Registros apontam que em 8 anos foram criadas cerca de 16 unidades espalhadas pelo Brasil, e com isso, houve a necessidade de troca de experiências, divulgação e padronização de terminologias e planejamento. Para resolver essas questões, foi realizada a 1º Reunião Nacional de Dirigentes Apaenos e, assim, discussões sobre as questões das pessoas com deficiência começaram a ser discutidas.
Dessa forma, foi decidido que para facilitar e unificar as instituições era necessário a criação de um organismo nacional. Portanto, em 1962 criou-se a Federação Nacional das APAEs, que adotaram como símbolo a figura de uma flor margarida que simboliza o aluno, que tem em seu lado duas mãos, a da esquerda em posição de amparo e a direita simboliza orientação e proteção. E por fim, os louros em baixo são a recompensa pelas lutas, resultados dos esforços e a conquista da vitória .
Em São João del-Rei no ano de 1964, o Instituto de Pedagogia e Psicologia pertencentes a Faculdade Dom Bosco, iniciaram uma “escolinha experimental” com uma turma de 26 crianças e adolescentes com diferentes deficiências. Eles possuíam equipamentos sofisticados, importados da Alemanha, Suíça e Itália, o que tornava o Laboratório de Psicologia um dos melhores da época aqui no Brasil. O objetivo era principalmente a pesquisa psicopedagógica e ajuda aos familiares que tinham problemas educacionais em casa. As professoras eram as próprias alunas do curso. Em determinado momento, foi proposto o fim da escolinha, mas o vice-diretor Pe. Luiz Zver assumiu o projeto.
Em 1967, o III Congresso Nacional das APAEs ocorreu em Curitiba e contou com a presença de Luiz Zver. Durante o evento, ele recebeu orientação do fundador da APAE de São Paulo, Dr. Antonio Clemente Filho, aprendendo como funcionava uma instituição como essa.
Quando voltou para São João de-Rei, se reuniu com pessoas interessadas no assunto. Entre eles, um grupo de pais e pessoas com deficiência se juntaram ao ar livre na portaria da Faculdade Dom Bosco, sendo presidida pela professora Maria Lygia Rodrigues Santos Leão. Eles tinham o objetivo de ali fundar a APAE sanjoanense. O primeiro presidente foi o advogado Dr. Pedro Alberto Salomé de Oliveira, que realizou a estrutura jurídica básica, com elaboração do primeiro Estatuto e os registros necessários para o funcionamento da instituição.
Até hoje, a instituição atua na cidade, não mais no prédio do Dom Bosco. Apesar de mudanças estruturais e de equipe, a APAE mantém sua essência e seu objetivo de promover e articular ações em defesa de direitos, prevenção, orientação, prestação de serviços, apoio à família, direcionadas a melhorias na vida da pessoa com deficiência e a construção de uma sociedade justa e solidária.
@apaesjdr